Comerciantes da Rua 25 de Março realizaram uma manifestação nesta sexta-feira (18), contra a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de investigar a venda de produtos falsificados na região. O Escritório do Representante de Comércio do país norte-americano afirma que o centro de São Paulo é um dos maiores mercados de produtos piratas do mundo e a falta de sanções e penalidades que desestimulem essa prática ilegal.
O mesmo documento tem como alvo o Pix. O comunicado menciona falhas no combate à corrupção e ao desmatamento, além da proteção de direitos autorais. E diz que as políticas adotadas no Brasil prejudicam empresas de mídias sociais, de inovação, e de produtores agrícolas e de madeira nos Estados Unidos.
Como resposta, a Univinco (União dos Lojistas da Rua 25 de Março) destacou, em nota, que embora existam pontos isolados onde há comércio irregular, essas práticas são continuamente fiscalizadas e combatidas pelos órgãos públicos competentes.
“Esses casos não representam a imensa maioria dos lojistas da região, que atuam de forma legal e transparente. Ressaltamos que os produtos comercializados são importados principalmente da China, e não possuem qualquer relação com os Estados Unidos, como citado de forma equivocada em algumas reportagens recentes. O comércio da 25 de Março segue forte, diversificado e comprometido com a legalidade, oferecendo aos consumidores variedade, bons preços e qualidade.”
Nota da Univinco (União dos Lojistas da Rua 25 de Março)
Não é a primeira vez que o escritório dos Estados Unidos emite uma alerta contra o centro comercial da capital paulista. Em janeiro, a região da 25 de Março entrou em uma lista com outros pontos de venda no Centro Histórico, como Santa Ifigênia e Brás, incluindo o Shopping 25 de Março, Galeria Pagé Centro, Santa Ifigênia, Shopping Tupan, Shopping Korai, Feira da Madrugada e Nova Feira da Madrugada.
O comércio de produtos piratas é um crime e deve ser combatido em qualquer lugar do mundo, pois ameaça arrecadação de impostos e empregos formais, mas esse problema não é exclusividade do Brasil. Nos Estados Unidos, país que é presidido por Donald Trump e com o qual o político deveria se ocupar, existem diversos lugares de comércio com itens falsificados. Em Nova York, por exemplo, não é muito difícil encontrar locais que vendem bolsas, câmeras e aparelhos eletrônicos piratas.
O representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, afirmou que a investigação comercial contra o Brasil foi aberta por ordem do presidente Donald Trump, que já havia taxado em 50% os produtos brasileiros –a tarifa entra em vigor a partir de agosto.