A rede de supermercados Dia confirmou ao Guarulhos Todo Dia que não vai mais operar na cidade. Em processo de reestruturação, a empresa já fechou quatro lojas que atendem a população guarulhense. A última ainda aberta fica na rua Cônego Valadão, no Gopoúva, mas será encerrada em breve.
Em março, quando anunciou que fecharia 343 mercados e 3 armazéns, o Dia havia dito que manteria a operação apenas com as mais de 200 lojas de São Paulo. No entanto, não havia ficado claro se algumas unidades da região metropolitana seriam poupadas. Agora, a empresa confirma que Guarulhos também entrou nos cortes. “O Grupo Dia anunciou uma reestruturação das lojas, e o encerramento das atividades em Guarulhos faz parte deste movimento”, diz a companhia, em nota.
“Esta decisão está inserida em um plano de ajuste de lojas no país, para buscar a estabilidade da estrutura do Grupo Dia no Brasil, tornando-a viável após persistentes resultados negativos”, reforça o Dia.
Nos últimos anos, a empresa já vinha reduzindo a operação em Guarulhos, encerrando unidades como as da avenida Tiradentes e Otávio Braga de Mesquita.
Veja abaixo os endereços das lojas Dia que funcionavam na cidade até o início deste mês:
- Gopoúva – Rua Cônego Valadão, 641 – Ainda aberta
- Vila Augusta – Av. Guarulhos, 1636 – Fechada
- Jardim Zaira – Av. Onze de Agosto, 152, Jardim Zaira – Fechada
- Vila Galvão – Avenida Timoteo Penteado, 2752 – Fechada
- Cocaia – Av. Brigadeiro Faria Lima, 1450 – Fechada
Empresa endividada
De acordo com informações divulgadas pela CNN, a varejista reportou dívidas que ultrapassam R$ 1 bilhão somente no Brasil, somando pendências com instituições financeiras e fornecedores de pequeno porte. As vendas das lojas Dia caíram 12,3% em 2023. No fim do ano, o resultado antes do pagamento de juros e tributos (o chamado Ebtida) era de prejuízo equivalente a R$ 835 milhões.
O Dia entrou com um pedido de recuperação judicial e, no documento entregue à Justiça, explicou as razões da crise financeira. Segundo a empresa, o aumento preço das commodities, especialmente os alimentos, na pandemia de Covid-19 dificultou a operação. Além disso, a popularização do atacarejo, com o crescimento de marcas como Assaí e Atacadão, reduziu o número de clientes do Dia.
“Os atacarejos apresentam maior variedade de produtos que os usualmente fornecidos pelos retalhistas tradicionais e geralmente dão preferência aos produtos mais acessíveis, com descontos para compras em volumes maiores”, argumentaram os advogados da companhia espanhola.