O programa Muralha Paulista, do Governo de São Paulo, iniciou uma nova etapa de expansão que permite a qualquer cidadão, comerciante ou empresa do estado integrar suas câmeras particulares viradas para a rua ao sistema de monitoramento policial. Moradores de Guarulhos, incluindo proprietários de casas, comércios e prédios, agora podem disponibilizar suas imagens de forma voluntária e gratuita para auxiliar no combate ao crime.
O objetivo central do Muralha Paulista é diminuir a chamada “mobilidade criminal”, impedindo que criminosos circulem de maneira impune pelo estado. O programa funciona integrando sensores, leitores de placas, câmeras de monitoramento e câmeras de reconhecimento facial, sejam elas já existentes ou recém-instaladas, aos sistemas policiais.
Essa integração oferece aos policiais maior acesso às imagens e permite o recebimento de alertas automáticos sobre criminosos procurados, veículos roubados ou furtados, ou carros utilizados em atividades criminosas.
Estrutura tecnológica
A rede do Muralha Paulista se expandiu da capital para mais de 130 municípios desde o início do ano e já alcançou mais de 200 municípios integrados. Atualmente, o sistema conta com mais de 38 mil câmeras integradas, somando equipamentos públicos e privados.
Essa infraestrutura conta com mais de 14 mil leitores de placa, mais de 5 mil câmeras de reconhecimento facial e mais de 17 mil câmeras de monitoramento em tempo real.
Os resultados dessa integração são expressivos. Em agosto deste ano, o sistema produziu 180 mil alertas relacionados a veículos roubados ou utilizados por criminosos. Além disso, houve entre 3.500 e 4.000 reconhecimentos faciais de criminosos por mês no estado.
O coordenador do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), Rodrigo Vilardi, destaca a utilidade das imagens em tempo real para as forças de segurança: “Quando tiver uma ocorrência, o policial pode antecipar o que está acontecendo mesmo antes de chegar. Ele já sabe o que vai encontrar”. Segundo o coordenador, essa tecnologia tem contribuído para a redução dos indicadores criminais.
Como participar do Muralha Paulista
Qualquer cidadão ou empresa, seja pessoa física (CPF) ou jurídica (CNPJ), que possua câmeras linkadas à internet pode integrar o seu equipamento ao Muralha Paulista, independentemente da tecnologia ou qualidade da câmera. O único requisito é que a câmera esteja voltada para um ambiente público, como a rua.
O processo de cadastramento é simples e gratuito:
1. Acesso ao Portal: O interessado deve acessar o portal muralhapaulista.sp.gov.br.
2. Login e Cadastro: É necessário fazer login utilizando a conta Gov.br. O login é feito com a própria senha utilizada para outros serviços públicos.
3. Fornecimento de Dados: A pessoa cadastra a câmera, informando sua localização e o endereço de internet. Os dados do comerciante ou da pessoa já virão automaticamente pelo Gov.br.
4. Aprovação: Após a inserção dos dados, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) verifica se o equipamento está voltado para o ambiente público.
5. Compartilhamento: Após a aprovação da SSP, a câmera passa a ser compartilhada imediatamente com os policiais daquela região.
Não há limite para a quantidade de câmeras que podem ser cadastradas; residências podem integrar uma ou duas câmeras, enquanto empresas e comércios podem disponibilizar dezenas ou centenas, se desejarem. As imagens são disponibilizadas para que os policiais possam acessá-las em tempo real, quando houver uma ocorrência ou quando for necessária uma verificação.
O sistema oferece materiais gráficos para sinalizar que a área está sendo monitorada e que as imagens são compartilhadas com a polícia, o que pode atuar como um fator de prevenção.
De acordo com o poder público, o programa garante a proteção dos dados, operando em total conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), e exige que o voluntário consinta um termo de adesão para formalizar o uso das imagens. Para quem tiver dúvidas no processo, o portal disponibiliza tutoriais e um canal de comunicação para sanar dificuldades.