O valor dos alimentos básicos aumentou em 10 das 17 capitais onde o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. São Paulo foi a capital que apresentou o maior custo (R$ 822,24), seguida pelo Rio de Janeiro (R$ 801,15), Florianópolis (R$ 781,53) e Porto Alegre (R$ 775,63). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 582,11), João Pessoa (R$ 614,75) e Recife (R$ 617,28).
Entre março e abril de 2024, seis dos 13 produtos que compõem a cesta básica tiveram alta nos preços médios na capital paulista.
O que ficou mais caro:
- Tomate (16,84%)
- Manteiga (1,16%)
- Pão francês (0,55%)
- Açúcar refinado (0,44%)
- Leite integral (0,31%)
- Café em pó (0,25%)
O que ficou mais barato:
- Batata (-5,84%)
- Feijão carioquinha (-5,73%)
- Óleo de soja (-1,88%)
- Farinha de trigo (-1,54%)
- Arroz agulhinha (-1,54%)
- Banana (-1,03%)
- Carne bovina de primeira (-0,33%)
Com base na cesta mais cara, que, em abril, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Diees estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.
Em abril de 2024, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.912,69 ou 4,90 vezes o mínimo reajustado em R$ 1.412,00. Já em março, o valor necessário era de R$ 6.832,20 e correspondeu a 4,84 vezes o piso mínimo. Em abril de 2023, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.676,11 ou 5,13 vezes o valor vigente na época, que era de R$ 1.302,00.
Variação em São Paulo
Em abril de 2024, o custo da cesta básica da cidade de São Paulo foi o maior entre as 17 cidades, chegando a R$ 822,84, alta de 1,18% em relação a março. Na comparação com abril de 2023, o valor da cesta subiu 3,54% e acumulou aumento de 8,12% nos quatro primeiros meses do ano.
No acumulado dos últimos 12 meses, foram observadas elevações em sete dos 13 produtos da cesta: batata (38,67%), arroz agulhinha (30,68%), tomate (20,23%), banana (19,68%), açúcar refinado (14,39%), manteiga (3,18%) e pão francês (1,73%). Foram registradas quedas em outros seis: óleo de soja (-22,93%), feijão carioquinha (-14,52%), farinha de trigo (-12,61%), carne bovina de primeira (-7,33%), leite integral (-6,68%) e café em pó (-3,01%).
Por que o tomate está mais caro?
Em entrevista ao Globo Rural, João Paulo Deleo, pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), explicou os efeitos do clima sobre as plantações de tomate. Em janeiro, as temperaturas elevadas aceleraram a maturação, aumentando a oferta e levando à redução do preço. O mesmo não se repetiu nos meses seguintes, causando o efeito contrário.
“É um alimento muito sensível ao calor. Sempre que está frio e esquenta, ele matura rapidamente. Aí ficam menos tomates nas pencas para abastecer o consumidor mais para frente. E como boa parte foi colhida no início do ano, tivemos menos quantidade disponível agora”, explica o especialista.
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