A presença de norovírus foi detectada em amostras coletadas no Guarujá e Praia Grande, na Baixada Santista, no litoral paulista. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (8) pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP), por meio do Instituto Adolfo Lutz (IAL), que realizou exames laboratoriais. Transmitido por alimentos e águas contaminados, além do contato com pessoas infectadas, o vírus é altamente infeccioso e resistente. O litoral paulista continua com 38 praias impróprias para banho.
As noroviroses representam um grupo de doenças conhecidas como gastroenterites, e normalmente são transmitidas via fecal-oral. Os sintomas comuns são diarreia, náuseas, vômito, dor abdominal, febre e cólicas abdominais. O surto de virose no litoral de São Paulo superou 7.500 casos, de acordo com o levantamento da CNN Brasil.
“Estas informações são importantes para orientar o tratamento aos pacientes. No entanto, estamos investigando, em conjunto com a Cetesb, Sabesp e os municípios da Baixada Santista, a fonte que causou esta infecção”, explica Regiane de Paula, coordenadora em saúde da Coordenadoria de Controle de Doenças da Pasta, em nota.
De acordo com a Secretaria da Saúde, o melhor tratamento, para a maioria dos casos, é reforçar a hidratação. Em situações mais graves, a hidratação deve ser feita por meio de soro na veia em postos de saúde. Nenhum medicamento deve ser tomado sem conhecimento e indicação médica. A hospitalização é rara.
Crianças e idosos precisam de atenção especial. Evacuações muito frequentes e líquidas, dificuldade na hidratação com vômitos que não cedem, pele e boca secas, dificuldade em urinar são indicações de que se deve procurar o serviço de saúde.
De acordo com material da Secretaria de Saúde municipal de São Paulo, o período de incubação do vírus é de 10 a 51 horas. O período de transmissibilidade costuma começar com os sintomas, atingindo o pico entre 1º e 3º dia de sintomas, mas podendo persistir por até duas semanas após a recuperação do paciente. Além disso, os casos de infecção assintomática podem transmitir o vírus, perpetuando a propagação da doença.
Orientações para evitar contaminação
- Não entre na água da praia se ela estiver classificada como imprópria pela Cetesb
- Evite banhos de mar 24 horas após as chuvas, pois a água pluvial leva pelos canais sujeira e esgoto para o mar;
- Não consuma gelo, “raspadinhas”, “sacolés”, sucos e água mineral de procedência desconhecida.
- Evite alimentos mal cozidos;
- Mantenha os alimentos bem refrigerados, com atenção especial às temperaturas dos refrigeradores e geladeiras dos supermercados onde os alimentos ficam acondicionados;
- Leve seus próprios lanches em passeios, corretamente armazenados;
- Observe bem a higiene de lanchonetes e quiosques;
- Lave as mãos antes de se alimentar ou preparar alimentos;
- Beba sempre água filtrada;
- Em caso de diarreia, intensifique a hidratação e se necessário, busque atendimento médico.
Praias impróprias para banho na Baixada Santista
O Mapa de Qualidade das Praias da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) indica que o litoral paulista segue com 38 praias impróprias para banho, das 175 monitoradas no estado. Destas, 72 estão na Baixada Santista, com 22 impróprias para banho.
Em Santos, as sete praias (Ponta da Praia, Aparecida, Embaré, Boqueirão, Gonzaga e duas no José Menino) monitoradas estão com a bandeira vermelha. Em Praia Grande, seis (Aviação, Vila Tupi, Vila Mirim, Maracanã, Real e Balneário Flórida). No Guarujá, outras duas (Perequê e Enseada) impróprias.
É possível conferir a situação no site da Cetesb ou no aplicativo disponível para download gratuito em smartphones. A Cetesb recomenda que a população não entre no mar se a praia estiver classificada como imprópria.