Na manhã desta segunda-feira (13), o Ministério da Saúde recebe o primeiro lote de um novo medicamento para o tratamento do câncer de mama no SUS (Sistema Único de Saúde). A carga será recebida no almoxarifado do Aeroporto Internacional de Guarulhos. Trata-se do Trastuzumabe entansina ou TDMI-1, indicado para os casos avançados de um tipo de câncer chamado HER2-positivo, em que as células cancerígenas apresentam níveis elevados da proteína HER2 e tendem a se disseminar de forma mais rápida. O remédio será distribuído às secretarias estaduais de saúde.
Desde 2014 a substância tem autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para uso no tratamento da doença. E desde setembro de 2022 a Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde) autorizou a incorporação do medicamento ao SUS. Em dezembro do ano passado o TDMI-1 já tinha sido incluído no protocolo do Ministério da Saúde para o tratamento do câncer de mama. No entanto, só agora chega o primeiro lote do remédio.
Indicação do remédio
O câncer de mama é classificado em três subtipos principais, de acordo com a presença ou ausência de marcadores moleculares para receptores de estrogênio ou progesterona e também do chamado fator de crescimento epidérmico humano 2 (HER2, na sigla em inglês). Os casos de HER2 negativo representam entre 70% e 80% dos pacientes; HER2 positivo são entre 15% e 20% dos casos; e o triplo negativo (tumores sem os três marcadores moleculares padrão) que abrange entre 13% e 15% dos pacientes.
O Trastuzumabe entansina é indicado para casos HER2 positivo recidivado (quando um tratamento inicial não deu o resultado esperado) ou metastático (quando as células do câncer se espalharam para outros órgãos). O tratamento reduz o risco de progressão da doença, aumenta a sobrevida e diminui o risco de morte. Na rede privada, o custo estimado mensal do tratamento, por paciente, é de cerca de 20 mil reais.
Segundo o Oncoguia, o tratamento isolado com essa substância não provoca perda de cabelo, náusea ou vômitos, e não tem nenhum efeito sobre a medula óssea. Entre os possíveis efeitos colaterais estão dor de cabeça, febre e calafrios. Em casos raros, pode levar a problemas cardíacos. No Brasil, a estimativa é de que 20% dos casos de câncer de mama são HER2 positivo (o que representa cerca de 13.400 casos por ano) e 80% destes casos (10.700/ano) são tratados pelo SUS.
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