Masp inaugura edifício Pietro Maria Bardi e abre 5 novas galerias para exposições

Reportagem de Elaine Patricia Cruz, publicada originalmente na Agência Brasil.

Redação Guarulhos Todo Dia

redacao@guarulhostododia.com.br

Leonardo Finotti/Divulgação

Publicado em 27/03/2025 às 19:21 / Leia em 6 minutos

O Museu de Arte de São Paulo (Masp), cartão-postal da Avenida Paulista, ficará ainda maior a partir desta sexta-feira (28), quando o público poderá visitar seu novo edifício, o Pietro Maria Bardi. Localizado ao lado da sua edificação mais conhecida, chamada de Lina Bo Bardi, o novo prédio tem 14 andares, o que ajudou a ampliar a área do museu de 10.485 m² para 21.863 m². Cinco novas galerias para exposições foram abertas após a obra.

“Esse novo prédio é uma expansão do Masp, mas também é um Masp totalmente novo, porque é uma outra arquitetura e com outras propostas”, explicou Regina Teixeira de Barros, coordenadora e curadora do acervo.

Para a inauguração do novo prédio, o museu decidiu oferecer ao público cinco novas exposições, cada uma delas instalada em um diferente andar, que colocam em evidência o próprio acervo do Museu. Uma delas apresenta o conjunto de obras do acervo do museu dedicada ao artista francês Pierre-Auguste Renoir (1841–1919). Nesta mostra estão sendo apresentadas 12 pinturas e uma escultura do artista.

“Fazia 23 anos que a gente não conseguia mostrar todos os 13 Renoir juntos. Essa é uma oportunidade rara de vê-los juntos”, diz Paulo Vicelli, diretor de experiência e comunicação do museu, que complementa: “São exposições que tratam de temas diferentes: tem vídeo, tem pintura, tem escultura e todas elas partir do nosso acervo. Este é um início para marcar, privilegiar e honrar a nossa história e o nosso acervo”.

Há também uma sala dedicada a refletir sobre o próprio museu. Chamada de Histórias do Masp, a mostra, realizada no sexto andar, apresenta a história do museu e sua importância para a constituição de um projeto de museu moderno. Em formato de linha do tempo, a mostra coloca em diálogo 74 obras do acervo acompanhada por toda uma documentação formada por fotografias, documentos, cartazes, livros, catálogos, jornais e revistas.

Outra exposição em cartaz foi chamada de Geometrias, instalada no décimo e no quarto andar. Com mais de 50 obras do acervo do museu, incluindo cerca de 20 doações recentes, apresenta trabalhos realizados por artistas que empregam diferentes materialidades para criar composições geometrizadas. “A grande maioria do acervo que foi sendo constituído pelo museu desde o final dos anos 40 é de obras figurativas. Mas essa exposição de geometrias traz um olhar muito mais inusitado para esse acervo”, explicou a curadora.

Já no terceiro andar está a mostra Artes da África, que reúne mais de 40 obras do acervo do museu, principalmente do século 20, oriundas da África ocidental. O conjunto abrange estatuetas de Exu e Xangô, objetos cotidianos, bonecas, tambores, mobiliário e máscaras usadas em festividades, rituais de iniciação, celebração ou funerais. Esta é a primeira exposição que busca estabelecer uma leitura crítica e propositiva da coleção de arte africana do museu.

O segundo andar apresenta uma videoinstalação de Isaac Julien, que trata sobre o legado da arquiteta Lina Bo Bardi, responsável pelo projeto do antigo museu. Inédita no Brasil, a videoinstalação apresenta as atrizes Fernanda Torres e Fernanda Montenegro interpretando os escritos de Lina e dando voz às suas ideias sobre arte e arquitetura.

Edifício Pietro Maria Bardi faz parte do novo Masp, na Avenida Paulista, em São Paulo

O que o novo prédio do Masp tem?

  • 5 novas galerias para exposições
  • Duas áreas multiuso
  • Salas de aula
  • Laboratório de conservação
  • Área de acolhimento de público
  • Restaurante e café
  • Depósitos e docas para carga e descarga de obras de arte

O ingresso dá acesso aos dois prédios, o antigo e o novo. O Masp tem entrada gratuita às terças-feiras e também entre às 18h e 20h30 de toda sexta-feira. A entrada paga custa R$ 75,00 por pessoa (inteira); o acesso pode ser comprado online ou na bilheteria presencial. Mais informações sobre as exposições em cartaz no museu e agendamento da visita podem ser obtidas no site do Museu.

A conexão entre os dois edifícios está presente em diversos elementos da arquitetura, como a relação entre o museu e o ambiente urbano por meio da transparência. Dentro do Pietro, o visitante conseguirá observar a cidade e o Edifício Lina por amplas aberturas que, durante o dia, são vistas apenas por quem está dentro do prédio. À noite, essas mesmas janelas dão visão a fragmentos do interior do edifício para quem está de fora.

O prédio novo tem vidros instalados nos andares inferiores, que tem vista para o vão livre, e a geometria retangular das duas fachadas consiste em superfícies ininterruptas, sem emendas ou juntas. As conexões visuais entre os prédios também estão no concreto aparente, nas cores e no volume.

Vão livre

Outra novidade que será apresentada ao público a partir desta semana é uma mudança no uso do vão livre do Masp. Agora sob gestão do próprio museu, o vão livre será aproveitado para apresentações culturais e estabelecerá um diálogo maior com as exposições em cartaz no Masp.

“Para nós é muito importante a gente ter a possibilidade de usar esse espaço [o vão livre] para atrair o público para exposições, atividades culturais, oficinas e atividades esportivas. Agora é um momento do vão livre voltar a ser um espaço da cidade, integrado à cidade e oferecendo para a população atividades culturais e atividades artísticas relevantes”, disse Vicelli.

Entre esta quinta-feira (27) e domingo (30), por exemplo, a artista ítalo-brasileira Anna Maria Maiolino irá fazer uma performance no vão livre. Chamada de KA, a apresentação é parte da série Entrevidas, criada em 1981 durante a ditadura militar no Brasil. Assim como na versão original, a artista vai caminhar em meio a ovos espalhados pelo chão em referência à fragilidade da vida em tempos de incerteza.

Agora, além do caminhar, Maiolino está incorporando o gesto das palmas das mãos levantadas, como expressão de rendição. Isso reflete tanto sobre a história de guerras e conflitos globais quanto com a violência urbana em cidades brasileiras, tornando-se um apelo poético-político por paz e desarmamento.

*Com informações da Agência Brasil


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