A reabertura do acesso à pista expressa da Dutra na altura do km 207, região do Jardim Álamo, é essencial para reduzir o trânsito naquele trecho e até para garantir o trabalho da Polícia Rodoviária Federal. Essa foi a manifestação dos representantes da PRF na audiência pública promovida pelo Ministério Público Federal para discutir a implantação do sistema de pedágio eletrônico (free flow) na rodovia, após a conclusão das obras de reforma.
O tema do fechamento do acesso à pista expressa naquele ponto da rodovia foi levantado inicialmente pelo representante da prefeitura no evento, João Araújo, secretário de Transportes e Mobilidade Urbana. Ele classificou a situação atual no local como “um caos”. O acesso está fechado desde 29 de julho do ano passado, quando foi liberado o trânsito nas pistas marginais, como noticiado aqui, no Guarulhos Todo Dia. Antes mesmo do fechamento, moradores do Jardim Álamo promoveram protestos contra a medida, prevendo já os transtornos para o trânsito local.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, se o acesso permanecer fechado, “quem vem do Rodoanel, de um trânsito rápido, vai chegar e percorrer mais ou menos seis quilômetros, do 205 até o 211, somente com a opção da marginal… esse trânsito vai ficar retido ali e vai passar pelo trevo de Bonsucesso, que já é muito carregado”.
Os representantes da Polícia Rodoviária Federal disseram que essa situação é muito difícil até para a atuação da própria PRF naquele trecho da pista marginal: “se a gente estiver transitando pela via expressa, a gente não tem acesso para atender… a gente não consegue chegar lá com as viaturas… a gente precisa ir para o Rodoanel, pra retornar, pra entrar nesse trecho”. A PRF afirmou já ter solicitado à Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) uma solução para o problema, mas o pedido teria sido negado.
Sem acesso à pista expressa
Segundo a CCR RioSP, a concessionária já recebeu a rodovia com aquele acesso fechado. Diante disso, “a abertura de qualquer acesso precisa de fato de um estudo técnico, para ter a aprovação da ANTT. E falando de um trecho que nós temos ali o pedágio eletrônico, nós temos que ter ali o reequilíbrio de todos os acessos e a mudança de tarifa, para poder ver o valor daquele cliente que está acessando o 207 até chegar a São Paulo”.
Além disso, a concessionária disse que “o trecho mencionado está em obra. Então nós precisamos primeiro avaliar e concluir todas as obras, para depois avaliar as alterações que sejam necessárias”. A CCR RioSP afirmou ainda que “nós não estamos deixando aqui fechada essa possibilidade. Estamos falando que precisamos aguardar a conclusão de obras”.
A ANTT afirmou que qualquer solicitação para abertura de acesso, ela sendo enviada para a ANTT, a agência faz uma análise e pode trabalhar para abrir, se tiver condições. Sobre o pedido para abertura do acesso que teria sido feita pela Polícia Rodoviária Federal, a ANTT afirmou não ter encontrado o registro desse pedido e solicitou que fosse encaminhado o protocolo.
Ao final, o procurador federal Guilherme Rocha Göpfert, afirmou que vai encaminhar a questão da reabertura desse acesso junto à ANTT, pela via de negociação. Durante a audiência ele chegou a falar em um prazo de 15 dias para ter uma definição sobre esse problema, já que essa é uma demanda de todos os poderes municipais e da PRF, a autoridade de trânsito na rodovia.
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