Grandes redes de supermercados no Brasil começaram a restringir a venda de pacotes de arroz. A medida é uma resposta ao comportamento de alguns consumidores nesta semana, que passaram a comprar mais arroz do que a média com medo que o produto acabe nos próximos meses por causa da tragédia no Rio Grande do Sul, maior produtor do grão no país. Houve aumento de mais de 30% nas vendas do alimento nos mercados. No entanto, de acordo com produtores, não existe risco de desabastecimento neste ano.
A medida de restringir a quantidade de vendas de pacotes de arroz é justamente para evitar que as pessoas façam estoques em casa e, aí sim, causem um problema de desabastecimento. A dica é: compre o que você costuma comprar normalmente.
Produtores de arroz e supermercados informam que não há risco de desabastecimento do grão no Brasil, apesar das enchentes no Rio Grande do Sul, estado responsável por 70% da produção nacional.
A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul informou que 84% da área cultivada no RS foi colhida antes do início das chuvas. “De modo que a projeção da safra 2023/2024 atinge aproximadamente 7.150 toneladas, o que representa uma redução de cerca de 1,24% em relação ao volume produzido na safra anterior”. Esse déficit será suprido com importação.
Presidente da Fedearroz, Alexandre Velho explicou que há um “problema momentâneo de logística”, principalmente na ligação com o interior do Rio Grande do Sul. Porém, a ligação com os grandes centros, por meio da BR-101, está normal. “Temos bastante arroz para deslocar para as regiões centrais do Brasil. Então não existe qualquer problema com relação ao abastecimento ou uma necessidade urgente de importação”, disse.
Importação
Para evitar especulação, o governo federal publicou, no Diário Oficial da União desta sexta-feira (10), uma medida provisória que autoriza a Companhia Nacional de Abastecimento a importar até 1 milhão de toneladas de arroz beneficiado ou em casca, por meio de leilões públicos, para recompor os estoques públicos.
De acordo com a MP, os estoques terão, como destino preferencial, pequenos varejistas das regiões metropolitanas. A expectativa é de que, na primeira etapa, sejam compradas 200 mil toneladas de arroz. A importação deve acontecer dos países vizinhos do Mercosul, como Argentina, Uruguai e Paraguai, e eventualmente da Bolívia.
Não vai faltar arroz nos supermercados
Na mesma linha dos rizicultores, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) informou estar normalizado o abastecimento no varejo, “com diversas marcas, preços e promoções para atender à demanda de consumo tanto nas lojas físicas quanto pelo e-commerce”.
A entidade, no entanto, recomenda, aos consumidores, que não façam estoques em casa para que todos tenham acesso contínuo ao produto. Em caráter preventivo, a Abras manifestou apoio à abertura da importação para completar o abastecimento da população brasileira.
*Com informações da Agência Brasil
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