Por que a economia de Guarulhos e do Alto do Tietê caiu em 2023?

Em entrevista exclusiva ao Guarulhos Todo Dia, o economista Vagner Bessa analisa números do PIB paulista divulgados pela Fundação Seade.

Vinícius Andrade

redacao@guarulhostododia.com.br

Bueno Drone/Guarulhos Todo Dia

Publicado em 05/04/2024 às 18:28 / Leia em 4 minutos

Cidade que abriga o maior aeroporto da América Latina e muito forte no setor de serviços, Guarulhos registrou queda de 0,6% no PIB (Produto Interno Bruto) em 2023. Os dados não levam em conta apenas Guarulhos, mas a região do Alto do Tietê como um todo, com 12 municípios. Os números da economia no município foram afetados pelo desempenho da indústria paulista, que registrou queda de 1,5% na produção no ano passado.

“São Paulo, diferentemente do Brasil como um todo, é muito dependente da atividade industrial e de investimentos. A indústria, no ano passado, não foi bem no Brasil e ainda foi pior em São Paulo. E São Paulo não foi tão bem quanto o Brasil porque o peso da agropecuária aqui não é tão expressivo nem da extrativa mineral”, explica o economista Vagner Bessa, gerente da área de indicadores econômicos da Fundação Seade, em entrevista exclusiva ao Guarulhos Todo Dia.

No ano passado, o PIB brasileiro saltou 2,9% frente a 2022. Já a economia do estado de São Paulo cresceu 0,8%, enquanto a de Guarulhos registrou essa queda de 0,6%. Apesar de a atividade industrial estar em declínio na região metropolitana de São Paulo como um todo, o setor ainda tem um impacto considerável nos números das grandes cidades.

Em 2023, segundo informações da Fundação Seade, o Sistema Estadual de Análise de Dados de São Paulo, a economia da região de Guarulhos contou com 72,3% de participação do setor de serviços, 26,5% da indústria e 1% da agropecuária.

Se você pensar no município de São Paulo, a indústria pesa 9%, ou seja, a região de Guarulhos é muito mais dependente da indústria do que a capital. Na média, a indústria representa 21% do PIB do estado, aí estou falando de construção civil, indústria de transformação, mas a participação da indústria em Guarulhos é mais alta. O setor de serviços também é muito importante, com 72,3% e parte desse setor está ligado à indústria, em setores como transporte e logística. Quando a indústria cai, acaba puxando para baixo as atividades de serviço que respondem pela demanda regional

Vagner Bessa, economista

Além de Guarulhos, os números incluem outras 11 cidades do Alto do Tietê (Arujá, Biritiba-Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Itaquaquecetuba, Mairiporã, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis, Santa Isabel e Suzano). A região responde por 5,3% do PIB paulista.

O que esperar de 2024?

O Produto Interno Bruto (PIB) do estado de São Paulo deve registrar um crescimento de até 2,5% neste ano, segundo relatório da Fundação Seade, acima da alta de 1,89% projetada para a economia brasileira.

A indústria paulista pode ser positivamente impactada com o aumento do consumo. A queda na taxa de juros, com os sucessivos cortes na Selic pelo Banco Central, também faz parte da equação. Existe uma expectativa de redução dos custos operacionais da indústria, com a normalização das cadeias de suprimentos e o recuo das cotações de commodities.

“Para o PIB paulista, a gente prevê uma recuperação em relação a 2023, parte disso porque a indústria tende a ir melhor neste ano do que no passado. Se isso acontecer e a indústria de Guarulhos reagir, ela tende a se beneficiar neste ano. A tendência é que Guarulhos tenha em 2024 uma situação econômica muito mais confortável do que teve em 2023, por conta de um cenário diferente”.

Guarulhos é uma das 10 maiores economias do país

De acordo com os dados mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2021, Guarulhos é uma das 10 maiores economias do país e a terceira maior do estado. Aí considerando apenas a cidade mesmo, sem levar em conta o restante do Alto do Tietê. O desempenho coloca o município à frente de 20 capitais. Veja o ranking:

CidadePIB (R$ 1.000)Participação (%)
1º – São Paulo (SP)828.980.6089,20%
2º – Rio de Janeiro (RJ)359.634.7533,99%
3º – Brasília (DF)286.943.7823,18%
4º – Belo Horizonte (MG)105.829.6751,17%
5º – Manaus (AM)103.281.4361,15%
6º – Curitiba (PR)98.003.7041,09%
7º – Osasco (SP)86.111.2600,96%
8º – Maricá (RJ)85.814.2960,95%
9º – Porto Alegre (RS)81.562.8480,91%
10 º – Guarulhos (SP)77.376.4670,86%
Dados: IBGE – PIB dos municípios 2021

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