Promessa de uma década, obra de casarão histórico em Guarulhos só começou neste ano

Reportagem de Amanda Oliveira, da Agência Mural, revela situação do Casarão da Sete de Setembro.

Redação Guarulhos Todo Dia

redacao@guarulhostododia.com.br

Foto: Amanda Oliveira/Agência Mural

Publicado em 18/06/2024 às 07:59 / Leia em 4 minutos

Reportagem de Amanda Oliveira, da Agência Mural.
Quem circula pelo centro de Guarulhos certamente conhece o Casarão da Sete de Setembro. Com uma bela arquitetura, apesar de escondida pelos escombros do tempo e uma placa de reforma, o imóvel já foi sede de Fórum na cidade, secretarias e se manteve como a casa do ex-prefeito José Maurício de Oliveira, que esteve no comando do município por dois mandatos 1919-1930 e 1940-1945.

A restauração foi licitada em 2013 e somente neste ano eleitoral houve movimentação para iniciar as obras, apesar de a prefeitura ter anunciado que a intervenção começaria em dezembro de 2023.

“O casarão teve sua obra licitada e terá sua história preservada, sendo um espaço moderno e tecnológico com muita interatividade, espaço para a formação de professores, visita de alunos e munícipes, pesquisa, acervo da cidade e muito mais”, anunciou a prefeitura em 13 de dezembro, citando o valor de R$ 7 milhões no projeto.

Procurada pela Agência Mural, a prefeitura não retornou com a resposta sobre o prazo para o término da obra.

O imóvel foi construído em 1925 como a casa do antigo prefeito José Maurício de Oliveira que, segundo registros, permaneceu até 1945. Lá já foi sede da 1ª Vara do Fórum de Guarulhos, em fevereiro de 1956, e também abrigou no período entre 1973 e 2001 a Secretaria de Obras, a Junta de Alistamento Militar e o Museu Municipal.

Apesar disso, a ideia de restaurar o espaço para trazer essa história tem patinado há décadas. O casarão foi tombado como patrimônio histórico em dezembro de 2000 e somente 13 anos mais tarde recebeu a verba para iniciar os reparos.

Nessa época, em 2013, a cidade era conduzida pelo prefeito Sebastião Almeida (PT). O sucessor dele, Guti (PSD), está no comando da cidade desde 2017. Em nenhuma das administrações houve a iniciativa de começar as obras, com exceção do último mandato neste ano.

Apesar de a casa ficar na zona central da cidade, não são todos os moradores que sabem a história do casarão e tampouco que ele já foi tombado como patrimônio de Guarulhos.

“Deveria (o casarão) ser restaurado primeiro, porque aquilo é um patrimônio de Guarulhos, conta a história da cidade. Tem que fazer alguma coisa cultural, preservar para visitas e ter um pouco da história de Guarulhos”.

Miguel Antônio, 42, morador da cidade e agente social

De acordo com Tiago Guerra, o diretor da AAPAH (Associação Amigos do Patrimônio e Arquivo Histórico) – entidade sem fins lucrativos que visa a fiscalização para a conservação dos patrimônios materiais e imateriais, o poder executivo tem a visão que a política de restaurar patrimônios é secundária, já que isso não atrai votos imediatamente.

“Em relação ao casarão nós temos uma longa história. Primeiro organizamos uma campanha: ‘Abraço a causa do seu Zé’, em 2016. Acompanhamos desde 2013/2014, o processo de projeto de restauro. A gente tenta lutar pela garantia de que a casa possa ser restaurada. Nos últimos anos há uma imperícia da prefeitura em realizar e finalizar a obra”, opina Guerra.

Para ele, houve uma série de incompetências, entre elas a falta de entendimento do que era uma reforma e a não contratação de um restaurador. “De maneira geral, os governantes, o poder executivo, tem uma visão que a política de restaurar edifícios históricos é sempre secundária e atrasada, porque não é algo que atrai votos imediatamente”, afirma Guerra.

Cadê os espaços culturais em Guarulhos?

A restauração do casarão visa também reduzir a falta de espaços destinados à cultura na cidade de mais de 1,3 milhão de habitantes.

Em maio de 2020, a Secretaria da Cultura de Guarulhos fez um levantamento de dados obtidos com o mapeamento sobre espaços culturais. Apesar de o relatório ter sido criado com o objetivo de diagnosticar o impacto das restrições impostas pela pandemia da Covid-19 e observar o retorno dessas atividades, é possível notar a carência de espaços culturais na cidade.

O relatório mostra que, de 47 bairros em Guarulhos, há apenas 8 espaços culturais em apenas 4 bairros, sendo que quatro deles estão concentrados na região central do município. A Agência Mural entrou em contato com a prefeitura sobre os espaços culturais e não houve retorno até a publicação desta reportagem.

Este texto foi originalmente publicado na Agência Mural

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