Pessoas ainda não vacinadas contra a febre amarela devem se imunizar até quarta-feira (19) para garantir proteção antes do Carnaval, especialmente aquelas que viajarão para áreas rurais ou de mata. A imunização é a principal medida de prevenção contra a doença e deve ser aplicada pelo menos 10 dias antes da viagem para assegurar a eficácia do imunizante. As informações foram confirmadas pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
A vacina contra a febre amarela está disponível gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Guarulhos. A doença, que pode ser grave e levar à morte, é uma infecção viral transmitida pela picada de mosquitos infectados e não há tratamento específico, por isso a imunização é tão importante.
A infectologista e patologista clínica Carolina Lázari, membro da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), explica que a febre amarela no Brasil ocorre apenas na forma silvestre, sendo transmitida por mosquitos de áreas de mata que utilizam primatas não humanos como hospedeiros.
“Casos em humanos são esporádicos e geralmente relacionados a incursões nesses ambientes. Desde 1942, não há transmissão urbana, mas a intensa infestação pelo Aedes aegypti, demonstrada pela recente epidemia de dengue, aumenta o risco de reintrodução do vírus no ciclo urbano, possibilitando uma transmissão sustentada entre humanos”, alerta.
A Secretaria da Saúde paulista já registrou 14 casos e nove óbitos em humanos neste ano, além de 30 casos em primatas não humanos com a doença nas regiões de Ribeirão Preto, Campinas, Barretos, Bauru e Osasco.
Embora a febre amarela não seja transmitida de pessoa para pessoa, o aumento de casos entre primatas serve como um alerta importante, pois esses animais são os primeiros a serem afetados quando o vírus volta a circular. Isso reforça a necessidade de vacinação para pessoas que vivem ou viajam para áreas de risco.
Os sintomas iniciais da febre amarela são semelhantes aos da dengue, incluindo febre alta, calafrios, cefaléia intensa e dores musculares limitantes. “O quadro pode evoluir para formas graves, com icterícia, hemorragias, insuficiência renal e hepática, e falência de órgãos. O histórico de exposição a áreas de mata e a ausência de vacinação são fatores-chave para diferenciar a doença de outras arboviroses”, reforça a infectologista e patologista clínica Carolina Lázari.
Quem deve se vacinar contra a febre amarela?
A vacina contra a febre amarela faz parte do Calendário Nacional de Vacinação e deve ser tomada por:
- Crianças de nove meses a menores de cinco anos (quatro anos, 11 meses e 29 dias): primeira dose aos nove meses e reforço aos quatro anos.
- Pessoas a partir de 5 anos: quem nunca foi vacinado deve receber uma dose única. Aqueles que receberam apenas uma dose antes dos cinco anos precisam tomar um reforço, respeitando o intervalo mínimo de 30 dias.
- Pessoas de 5 a 59 anos sem comprovação vacinal: devem receber uma dose única da vacina.
- Idosos acima de 60 anos: devem consultar um médico antes da vacinação, especialmente se tiverem comorbidades.
- Viajantes: quem pretende viajar para áreas com recomendação da vacina deve se imunizar pelo menos dez dias antes da viagem. Para viagens internacionais, aqueles que receberam a dose fracionada no passado devem tomar a dose plena.
Aqueles que ainda não receberam o imunizante contra a febre amarela, que não possuem a carteira de vacinação ou têm dúvidas se foram vacinados devem buscar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima.
Onde se vacinar em Guarulhos?
A vacina contra a febre amarela está disponível gratuitamente em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade, com exceção das UBS Morros e da UBS Marinópolis, que estão em reforma. Para receber a dose, basta apresentar um documento de identificação. Os endereços das UBS de Guarulhos podem ser consultados em: guarulhos.sp.gov.br/unidades-basicas-de-saude-ubs.
Além da imunização, é fundamental adotar medidas de proteção individual, sobretudo em áreas rurais, como:
- Uso de calças e camisas de manga longa;
- Sapatos fechados;
- Aplicação de repelente nas áreas expostas do corpo;
- Uso de mosquiteiro nos berços e carrinhos de crianças menores de 6 meses de idade.
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