Conglomerado que administra rodovias, aeroportos, além de linhas de trem, Metrô e VLT em 13 estados brasileiros, o Grupo CCR avalia disputar o leilão estadual que concederá via PPP (parceria público-privada) o chamado Lote Alto Tietê, que inclui as Linhas 11, 12 e 13 da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). A Linha 13-Jade é a que atende o Aeroporto do Guarulhos, com duas estações aqui na cidade: Cecap e Guarulhos-Aeroporto. Após o processo de privatização, a gestão do governador Tarcísio de Freitas cobrará da empresa vencedora a execução do projeto que cria uma extensão do ramal existente até Bonsucesso, com estações no Taboão/Santa Lídia, no São João e no Jardim Presidente Dutra.
O Lote Alto Tietê tem um custo previsto de R$ 14,3 bilhões em investimentos, além de mais de R$ 22 bilhões de custos operacionais nos 25 anos de contrato, ou seja, a empresa que vencer o leilão poderá administrar o serviço pelo menos até 2050. O leilão que vai definir a empresa vencedora está marcado para 28 de março, com o contrato previsto para ser assinado no segundo trimestre deste ano.
No início deste mês, o Grupo CCR divulgou ao mercado seus resultados financeiros de 2024, com um lucro líquido de R$ 1,78 bilhão, um aumento de 26% em relação a 2023. A companhia ainda investiu R$ 7,44 bilhões, o maior aporte do setor de infraestrutura de mobilidade no Brasil em 2024. CEO da empresa, Miguel Setas falou sobre a possibilidade de o grupo entrar no leilão que envolve a Linha 13-Jade da CPTM justamente em uma conferência com analistas.
“Temos um compromisso com mercado de implementar uma estratégia de crescimento seletiva e rentável. Em 2024, houve 11 leilões no Brasil, participamos em cinco e ganhamos em dois, com diferenças pequenas em relação ao segundo classificado”, disse o executivo.
“No primeiro semestre [de 2025], temos leilão das linhas 11, 12, 13. Estamos analisando, é possível participação, se as condições de risco-retorno forem adequadas. Para além desses projetos, veremos se algum outro se encaixa nos padrões de rentabilidade do grupo. Temos que ter consciência do cenário macro de alta de taxa de juros. Isso nos leva a uma alocação de capital cautelosa”.
Miguel Setas, CEO do Grupo CCR
O guarulhense conhece a CCR principalmente por causa da Via Dutra. Em 2022, a concessionária CCR RioSP assumiu um novo contrato de administração da rodovia junto ao governo federal, com a obrigação de realizar obras de melhorias, como a construção de viadutos para Ponte do Tatuapé, Fernão Dias e Hélio Smidt, a ampliação das pistas expressas e a troca de passarelas de pedestres. O custo total do serviço é de R$ 1,4 bilhão. Os trabalhos começaram em julho de 2023 e estão previstos para terminarem em abril deste ano, quando também entrará em vigor o sistema de pedágio free flow nas pistas expressas.

Negócios do Grupo CCR no Brasil
Os negócios da CCR, porém, vão muito além da Via Dutra. O grupo atua em três frentes diferentes: Rodovias, Mobilidade Urbana e Aeroportos. Atualmente são 39 ativos, em 13 estados brasileiros.
A empresa é responsável pela gestão e manutenção de 3.615 quilômetros de rodovias, em São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. Aqui em São Paulo, destaque para Via Dutra, Rio-Santos e a Bandeirantes-Anhanguera.
Em mobilidade urbana, opera metrôs, trens, VLT e barcas, transportando diariamente 3 milhões de passageiros. A ViaMobilidade, que opera as linhas 5, 8 e 9 de São Paulo, e a ViaQuatro, que administra a Linha 4-Amarela do Metrô, estão sob o guarda-chuva da CCR. Em outros estados, destaque para o CCR Metrô Bahia e o VLT Carioca. Em aeroportos, com 17 unidades no Brasil e três no exterior, são embarcados 43 milhões de clientes anualmente.
Linha 13-Jade em Guarulhos
Atualmente, a Linha 13-Jade tem apenas três estações: Engenheiro Goulart (onde é possível fazer baldeação até a Linha 12 para o Tatuapé e o Brás), Guarulhos-Cecap e Aeroporto-Guarulhos. Além das quatro estações novas estações projetadas aqui para a cidade (Jardim dos Eucaliptos, São João, Presidente Dutra e Bonsucesso), a extensão também prevê outras duas novas estações em São Paulo: a Cangaíba e a Gabriela Mistral (onde será possível fazer conexão com a futura extensão da Linha 2-Verde do Metrô).
Em relação à linha que atende a população de Guarulhos, os principais prazos para as obras de extensão são os seguintes:
- Leilão para a concessão das linhas do Lote Alto do Tietê – 28 de março de 2025
- Assinatura do contrato entre governo de SP e empresa vencedora – Segundo trimestre de 2025
- Início das obras de expansão em Guarulhos – Ano 4 do contrato (2029)
- Entrega das obras de expansão em Guarulhos – Ano 7 do contrato (Entre 2032 e 2033)
Em um futuro ainda mais distante do que 2032, existe também a promessa que essa linha tenha uma expansão maior em direção à capital paulista, chegando até a Mooca. Além das novas expansões, outra promessa, essa para depois de 2040, é que também haverá uma conexão com a futura construção da linha 14-Ônix, que ligará o bairro dos Pimentas à região do ABC.
Veja como vai ficar o mapa após as extensões prometidas nas Linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade.

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