Os primeiros 64 dias de 2025 apresentaram uma redução de 92,5% nos casos de dengue em Guarulhos, em comparação ao mesmo período do ano passado. Apesar do avanço no controle da doença, o momento exige cuidado redobrado e atenção para evitar infestação do Aedes aegypti, pois a situação ainda pode se agravar nos próximos meses. Além disso, o estado de São Paulo está em situação de emergência em saúde pública por causa da epidemia por dengue, quando há mais de 300 registros para cada 100 mil habitantes.
Em Guarulhos, até esta quinta-feira (6) foram registrados 624 casos, contra 8.408 nesse mesmo período de 2024. Ninguém teve morte por dengue confirmada neste ano na cidade; foram cinco até 6 de março do ano passado. O município está distante da situação de epidemia, com média de 46 pessoas infectadas por 100 mil habitantes. Os dados constam nos boletins divulgados pela prefeitura. Durante todo o ano de 2024, Guarulhos registrou mais de 80 mil casos e 136 mortes por causa da doença.
Já no estado de São Paulo, o quadro é bem mais grave. São mais de 182 mil casos confirmados em 2025, média de 409 a cada 100 mil habitantes, e 159 mortes –mais da metade do total do país.
Dengue em Guarulhos
Em 6 de março de 2025
- Casos confirmados: 624
- Mortes confirmadas: 0
- Média de pessoas infectadas por 100 mil habitantes: 46,38
Em 6 de março de 2024
- Casos confirmados: 8.408
- Mortes confirmadas: 5
- Média de pessoas infectadas por 100 mil habitantes: 650

Guarulhos contra a dengue
Entre 15 de janeiro e 15 de fevereiro as equipes de agentes de combate às endemias e comunitários de saúde do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) realizaram 78.748 visitas a imóveis para monitorar e conter a infestação do mosquito transmissor das doenças dengue, chikungunya, zika e febre amarela urbana.
Dessas vistorias, 57.776 foram concluídas, o que corresponde a 73,37%. No entanto, 20.972 imóveis (26,63%) não puderam ser visitados devido à ausência ou à recusa dos moradores, fator que compromete as estratégias de controle do vetor. Os dados foram apresentados em 21 de fevereiro, durante reunião mensal da Comissão de Arboviroses, que avalia os índices e define novas ações de enfrentamento entre a Secretaria da Saúde e outras pastas, como Educação, Serviços Públicos e a Defesa Civil.
Um dos principais instrumentos de monitoramento da infestação do Aedes aegypti, a avaliação de densidade larvária realizada entre 1º e 24 de janeiro apontou um índice predial de 1,35, que classifica a cidade em estado de alerta (quando o índice varia entre 1,0 e 3,9).

Os principais focos de água parada encontrados estavam em vasos e pratinhos de plantas, bebedouros de animais, plásticos, garrafas descartáveis, ralos, calhas, piscinas, pneus e principalmente depósitos de água não elevados, como caixas d’água. A presença desses criadouros indica que parte da população ainda não adotou medidas preventivas essenciais, como a eliminação de água parada, atitude fundamental para evitar que o mosquito se prolifere e aumente os casos de arboviroses.
Além das visitas domiciliares, o CCZ bloqueou criadores em 62 bairros e promoveu nebulização veicular em regiões críticas, como Jardim Vila Galvão, Jardim Presidente Dutra, Jardim das Acácias, Vila Barros, Taboão, Jardim Cumbica e Pimentas. A nebulização costal, voltada a propriedades de maior risco, também foi aplicada em áreas estratégicas.
A Prefeitura reforça a importância da colaboração dos moradores no combate ao Aedes aegypti. Além de permitir o acesso dos agentes às residências, pequenas atitudes diárias, como manter caixas d’água tampadas e eliminar recipientes com água parada, ajudam a reduzir a infestação do mosquito.
-> Denúncias sobre possíveis focos podem ser encaminhadas para o email ouvidoria@guarulhos.sp.gov.br.
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