Maioria dos moradores de Guarulhos leva até uma hora para chegar ao trabalho

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou hoje dados preliminares do Censo 2022, sobre o tempo que os brasileiros levam no caminho entre os locais onde moram e onde trabalham. No país, dois em cada três brasileiros (67%) demoram até meia hora nesse percurso. Outros 20% gastam entre 30 minutos e uma hora, 10% de uma a duas horas e 1% leva mais de duas horas para chegar ao trabalho.

O tempo gasto por quem mora em Guarulhos

O levantamento também aponta o tempo gasto em cada região, estado e município do país. Em Guarulhos, um sortudo grupo de 4% da população (51.671 pessoas, considerando a população da cidade no Censo 2022) demora apenas cinco minutos para chegar ao trabalho. Já 12% dos moradores (155.014) gastam de seis até quinze minutos no percurso. Um grupo maior, 26% (335.863), leva entre 15 minutos e meia hora para fazer esse deslocamento. E 31% dos habitantes (400.453) enfrentam uma jornada de meia a uma hora para chegar ao trabalho.

Somando tudo isso, a maioria dos que moram em Guarulhos (73% ou cerca de três a cada quatro), gasta até uma hora no deslocamento para ir trabalhar. Quase um milhão de pessoas (963.001) estão nessa situação. Os números apontam que Guarulhos não pode mais ser chamada de “cidade dormitório”, como era há algumas décadas. A maioria dos seus habitantes trabalha relativamente perto de onde mora.

Mas para muitos outros, a vida não é tão fácil. A cidade tem 23% dos moradores que gastam de uma a duas horas para chegar ao trabalho. São 297.110 habitantes de Guarulhos, que se gastam até duas horas para ir, certamente perdem o mesmo tempo na volta. São quatro horas por dia que, somadas ao tempo de trabalho, certamente provocam um cansaço extra para esses trabalhadores. Imagine então o caso dos outros 3% (38.753) dos moradores da cidade que gastam entre duas e quatro horas entre sua casa e seu trabalho.

Somadas, são cerca de 335.863 pessoas que perdem de uma a quatro horas a cada dia para ir trabalhar. E o mesmo tempo para voltar para casa. Uma população maior do que a da maioria das cidades brasileiras. Para estas pessoas, políticas públicas que criem empregos perto das suas casas e que melhorem as condições do trânsito e do transporte público são essenciais para a melhoria da sua qualidade de vida. A chegada do Metrô a Guarulhos e a melhoria do trânsito na Via Dutra são exemplos de mudanças que podem fazer uma grande diferença na vida desses milhares de habitantes da cidade.

A necessidade de políticas públicas para esse problema

Os dados nacionais mostram que o meio de transporte para o trabalho mais usado pelos brasileiros é o automóvel (32,3%). Isso indica que cuidar do trânsito é importante, mas demonstra também que ainda há muito espaço para melhorar o transporte público e fazer com que parte dessas pessoas deixe o carro em casa, reduzindo os congestionamentos. O segundo meio de transporte mais usado são os ônibus (21,4%), que precisam ter vias exclusivas, para andarem mais rápido e reduzirem o tempo de deslocamento dos trabalhadores.

O terceiro meio de transporte mais comum (17,8%) é o deslocamento a pé, que exige calçadas padronizadas e bem conservadas, além de passagens de pedestre sinalizadas, que permitam deslocamento seguro e rápido para pessoas quem se desloca dessa maneira, seja por opção ou necessidade. E o quarto meio de transporte mais usado para o brasileiro ir trabalhar é a motocicleta (16,4%), que reduz o tempo de deslocamento, mas exige padrões de convivência com outros meios de transportes, que diminuam os riscos maiores de acidentes com esses veículos veículos. Juntos, estes quatro meios de transportes são usados por 87,9% dos brasileiros no seus deslocamento casa-trabalho.

Pode parecer surpreendente para quem vive na Grande São Paulo, mas, considerando todo o país, é baixo o número de pessoas que se deslocam em meios de transporte de alta capacidade, como trens ou metrô. Ele é de apenas 1,6% dos brasileiros. Quase o mesmo percentual dos que usam vans ou peruas no país (1,4%). Ou seja, o Brasil ainda precisa investir muito para ter um transporte público que atraia mais pessoas, garanta deslocamentos mais rápidos e seguros e reduza o trânsito nas grandes cidades.

Mudanças no sistema de pagamento de ônibus em Guarulhos e São Paulo