TCM suspende licitação para reforma do Parque D. Pedro II, em São Paulo

Terminal do parque já foi destino de várias linhas de ônibus intermunicipais de Guarulhos, antes da operação da Linha 3-Vermelha do Metrô

Redação Guarulhos Todo Dia

redacao@guarulhostododia.com.br

SP Parcerias/Divulgação

Publicado em 29/05/2025 às 18:38 / Leia em 5 minutos

O Tribunal de Contas do Município de São Paulo suspendeu a concorrência pública de uma parceria público-privada que para reforma do Parque D. Pedro II, na região central da cidade. A medida foi adotada porque foram identificadas irregularidades no edital de licitação. A concorrência foi iniciada na terça-feira (27), com uma sessão pública em que foram apresentadas duas propostas.

Entre as irregularidades encontradas pelo TCMSP, estão: “desvio de finalidade da PPP”, porque a concessão prevê que os principais investimentos serão feitos por terceiros e isso configuraria uma contratação de obra pública e não uma parceria público-privada; “insegurança jurídica”, por falta de prazos claros para implantação e conclusão; e “distribuição inadequada de riscos”, o contrato teria a previsão de transferência indevida de responsabilidades ao poder público, contrariando princípios de equilíbrio contratual.

O Tribunal de Contas do Município de São Paulo determinou que a prefeitura não homologue o resultado da licitação até que sejam respondidas as questões levantadas na auditoria. A Prefeitura de São Paulo tem um prazo de até cinco dias para se manifestar. O TCM comunicou ainda que continuará acompanhando o andamento do processo até uma eventual assinatura de contrato.

O projeto de reforma do Parque

A reforma do Parque prevista na PPP inclui um novo Terminal Intermodal, requalificação de praças e implantação de quiosques e pistas de skate, além da criação de um grande espaço para eventos. A empresa vencedora, em parceria com a prefeitura, também terá que assumir obras como alargamento de vias e calçadas, derrubada de pontes antigas e construção de novas estruturas, além de implantação de ciclovias, faixas azuis para motocicletas e faixas exclusivas para ônibus.

O Terminal Parque D. Pedro II deverá ser ampliado e conectado à estação Pedro II do Metrô, ao Expresso Tiradentes e, futuramente, ao BRT da Radial Leste (em obras) e ao Bonde de São Paulo (projeto de VLT na região central, que está em consulta pública).

Também estão previstas obras de “reorganização e simplificação do viário da região”. Entre elas, o alargamento da Avenida do Exterior; a implantação de uma nova Ponte do Carmo, em substituição aos Viadutos Antônio Nakashima e 25 de Março; a reorganização da Rua da Figueira e da Avenida Mercúrio; o alargamento e implantação de calçadas; e a criação de novas ciclovias, faixas azuis para motociclistas e faixas exclusivas para ônibus.

As praças Ragueb Chohfi e Fernando Costa serão requalificadas. Elas devem receber quiosques, pistas de skate e mobiliário urbano, para permitir a realização de eventos. Serão feitas obras de drenagem (lembrando que o rio Tamanduateí atravessa toda a área) e serão criados cerca de 100 mil metros quadrados de novas áreas verdes, segundo o projeto de reforma do Parque.

De acordo com a SP Parcerias, “toda a região será ativada, potencializando o turismo ao conectar diversos pontos de interesse do Centro da cidade, como o Mercado Municipal Paulistano (Mercadão), o Museu Catavento, a Rua 25 de Março e o futuro Sesc, localizado entre as Avenidas do Estado, Mercúrio e a Praça São Vito”.

O Parque D. Pedro II foi o primeiro parque urbano criado na cidade de São Paulo. Segundo a prefeitura, o parque recebe atualmente 113 mil pessoas por dia. O parque abriga ainda o maior terminal de ônibus da cidade, com mais de 78 mil passageiros diários. Até os anos 80, antes que a Linha 3-Vermelha do Metrô fosse finalizada e entrasse em operação plena, muitas linhas de ônibus intermunicipais que saiam de Guarulhos tinham o Terminal D. Pedro II como destino. Era a melhor alternativa para o guarulhense chegar ao Centro de São Paulo, pagando apenas uma passagem.

A parceria público-privada

A definição da parceria para reforma do Parque é organizada pela Secretaria Executiva de Desestatização e Parcerias da Prefeitura de São Paulo, com apoio da SP Parcerias. A sessão pública, realizada no dia 27, aconteceu para recebimento de “propostas comerciais” dos interessados em assumir a gestão e requalificação da região do parque.

A parceria público-privada (PPP) prevê investimentos de R$ 717 milhões. O prazo do contrato é de 30 anos, período em que devem ser realizadas todas as intervenções previstas no contrato. Durante este período, a licitante escolhida também deve garantir os serviços de limpeza, conservação, vigilância, manejo de áreas verde e promoção de atividades gratuitas para a população.

Na sessão pública de terça-feira, foram apresentadas duas propostas. A vencedora seria definida, segundo o edital, pela menor contrapartida exigida do poder público, além das exigências de qualificação e adesão ao projeto. O Consórcio Novo Dom Pedro apresentou proposta de contrapartida de R$ 5,8 milhões. A Zetta Infraestrutura e Participações Ltda. apresentou a melhor proposta, de R$ 5,6 milhões. Agora, antes da suspensão do processo pelo TCMSP, o próximo passo seria a análise da documentação de habilitação e eventuais recursos, para homologação do resultado.

Leia mais: TCM suspende licitação para reforma do Parque D. Pedro II, em São Paulo

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