O caso de um balão enorme que atravessou a zona leste de São Paulo durante a madrugada desta segunda-feira (22) chamou a atenção de quem mora na região metropolitana. Mesmo quando não causam incêndios, os balões geram transtornos à população. Uma moto chegou a ser arremessada e ficou presa na fiação durante o voo ilegal do objeto na região do bairro Aricanduva. Não houve registro de feridos, mas as casas no entorno ficaram sem energia elétrica e sofreram danos por causa do fogo. Aqui em Guarulhos e no Alto do Tietê, o número de pessoas prejudicadas por causa desse crime aumentou em 2024.
De acordo com dados da EDP, concessionária responsável pela distribuição de energia elétrica de Guarulhos, Alto Tietê, Vale do Paraíba e Litoral Norte de São Paulo, foram registradas 12 ocorrências em toda a área de concessão, com prejuízos diretos a mais de 2.450 clientes, entre janeiro e junho deste ano. No mesmo período do ano passado, os registros foram de 13 ocorrências que impactaram 1.612 clientes. Alta de 51% em relação ao número de residências prejudicadas.
Em Guarulhos, foram 453 casas impactadas em quatro ocorrências diferentes com balões. O impacto varia de acordo com a localidade da queda e dos equipamentos danificados.
Soltar balão é crime!
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo alerta que a soltura de balões pode causar danos a famílias e ao meio-ambiente, com possíveis incêndios, danos estruturais e outras consequências. Desde 1998, a prática é considerada crime, prevista na Lei nº 9.605, com pena de 1 a 3 anos de prisão, ou multa de, no mínimo, R$ 10 mil.
As consequências não são geradas somente a quem solta, mas também a quem produz e até mesmo transporta esses artefatos. Os balões são produzidos com um material inflamável, por isso, quando caem podem causar incêndios sem precedentes em florestas, casas e edificações.
Em Guarulhos, ainda existe o agravante do aeroporto. Balões causam grandes riscos ao tráfego de aviões. “Não existe balão seguro: mesmo os balões mais simples têm uma estrutura que provoca danos às aeronaves caso ocorra uma colisão. Em outras palavras, qualquer objeto que voa sem controle dentro de um espaço aéreo utilizado por aeronaves oferece risco à navegação aérea”, destaca o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).
O problema, porém, é a fiscalização. Os responsáveis por causar transtornos com balões, em muitos casos, não são identificados pela polícia. Nesse caso da zona leste que aconteceu nesta segunda, por exemplo, ninguém foi preso.
Para tentar desarticular quem produz, a Operação Guardião das Florestas, da Polícia Militar Ambiental, fechou 12 fábricas clandestinas em todo o estado de São Paulo.
O Corpo de Bombeiros atendeu, desde janeiro de 2024, 15 ocorrências de incêndio causadas por quedas de balões neste ano, sendo oito delas somente entre junho e julho. Já a PM Ambiental apreendeu 35 balões neste ano.
O que fazer se um balão cair na rede elétrica em Guarulhos?
A EDP diz que, em muitos casos, a tecnologia do Centro de Operações Integrado (COI) da própria empresa ajuda a reduzir o impacto aos clientes por meio de manobras automatizadas no sistema de distribuição de energia nos casos de acidentes. No entanto, os transtornos provocados por esse tipo de ocorrência são grandes e também podem causar acidentes, deixando hospitais, escolas, residências e empresas sem energia, além de incêndios.
Em caso de acidentes relacionados à rede elétrica de ruas e avenidas nunca se aproxime do local. Fale imediatamente com a EDP, por canais de atendimento como site oficial, aplicativo EDP Online e no WhatsApp (11) 93465-2888.
Se você souber de alguém que fabrica e solta balões, também pode ajudar a denunciar de forma anônima. Tem o 181 (Disque-Denúncia) e o 190, da Polícia Militar.
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