Dos 34 vereadores eleitos em Guarulhos nas eleições 2024, apenas quatro são mulheres, o que representa apenas 11,7% do total de cadeiras. É um número menor que o da atual legislatura, que tem sete representantes na bancada feminina. Das quatro mulheres eleitas neste ano, três já tem mandato: Karina Soltur (PSD), Janete Pietá (Rede) e Carlinda Tinôco (Republicanos).
A “novata” é Fernanda Curti, do PT, que já havia entrado na lista de eleitas em 2020, mas perdeu o mandato por decisão judicial, após um pedido de recontagem de votos que beneficiou Márcia Taschetti, então no PP. Márcia tentou a reeleição neste ano pelo PRTB, mas não conseguiu uma cadeira. Já Fernanda Curti terminou como a nona vereadora mais votada em 2024, com 9.236 votos. Além disso, se tornou a vereadora mais votada do PT na cidade e a primeira LGBTQIA+ eleita em Guarulhos.
A baixa presença feminina nas 34 cadeiras da Câmara Municipal de Guarulhos passa longe de representar a proporção de mulheres na cidade. De acordo o IBGE, a população da cidade tem mais “elas” do que “eles”. No total, são 670.962 mulheres e 620. 809 homens.
A lei eleitoral obriga que cada partido ou federação partidária preencha o mínimo de 30% e o máximo de 70% com candidaturas de um mesmo sexo. No entanto, a chamada “cota de gênero” não tem sido suficiente para aumentar a representatividade feminina no Legislativo.
“O Brasil tem tentado resolver isso com a cota feminina de 30% das candidaturas, mas isso não vai se resolver enquanto a gente não tiver uma postura diferente dos partidos políticos, em sua maioria nas executivas são masculinos, e da própria sociedade, das próprias mulheres de entenderem que podem e devem ser representadas por mulheres no parlamento”, analisa Leandro Consentino, cientista político do Insper, em entrevista à Globo.
Em 2024, Guarulhos não teve nenhuma mulher como candidata à prefeitura.
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