Opinião: Lamentável o nível do debate Elói Pietá x Lucas Sanches no g1

Pautas como segurança pública, trânsito, mobilidade urbana, IPTU, cultura, lazer e turismo foram simplesmente ignoradas pelos candidatos, que ficaram trocando ataques de forma repetitiva.

Vinícius Andrade

redacao@guarulhostododia.com.br

Reprodução/YouTube-g1

Publicado em 18/10/2024 às 15:14 / Leia em 4 minutos

Assisti ao debate do g1, realizado na tarde sexta-feira (18), na expectativa de entender o rumo dos discursos de Elói Pietá (Solidariedade) e Lucas Sanches (PL) nos últimos 10 dias de campanha antes da votação no segundo turno das eleições municipais. E foi lamentável e decepcionante acompanhar a troca de ataques entre os dois postulantes ao cargo de prefeito de Guarulhos. Acusações, distorções, vitimização, insistência em temas vazios e falta de propostas marcaram o debate.

Quem viu cinco minutos do duelo Elói x Sanches, viu o debate inteiro. Os temas ficaram rodando, rodando e não saíram do lugar. Provavelmente, vão aparecer diversos cortes nas redes sociais nos próximos dias, usados com o único objetivo de gerar engajamento e causar impacto no eleitor.

Pietá, que está atrás nas pesquisas do segundo turno, decidiu partir para o ataque contra o adversário. Bateu na tecla da corrupção, usando pautas muito exploradas por Jorge Wilson – Xerife do Consumidor e por seus aliados no primeiro turno. Falou das acusações feitas por Caique Marcatt, ex-chefe de gabinete de Sanches, que diz ter havido “rachadinha” no gabinete do vereador do PL e também afirma ter sido agredido fisicamente por pessoas ligadas à campanha de Lucas.

Quando esse assunto entra em pauta nos debates, Lucas Sanches adota um comportamento quase que padrão, que foi mantido novamente no evento do g1: ele se vitimiza e diz que é alvo de seus adversários “do sistema”, que preferem atacá-lo com mentiras do que falar sobre propostas –na sequência, cita alguma proposta, normalmente a do Remédio em Casa. Além disso, reafirma que não tem ligação com qualquer tipo de caso de corrupção ou violência.

Elói Pietá chegou a se recusar a falar sobre propostas, pois disse que queria mostrar para o eleitorado de Guarulhos que Lucas Sanches é um ator que esconde o passado, alguém que representa um risco para a cidade, “que não pode ser enganada novamente”. O ex-prefeito também falou de realizações de seu governo, entre 2001 e 2008, para defender a ideia que ele tinha experiência para fazer, mas o seu adversário não.

Do outro lado, o candidato do PL falou que representa a mudança e que tem disposição para comandar a cidade. Além disso, reafirmou que nunca viu Elói na rua fora do período eleitoral. Assim como Alencar Santana (PT), que hoje apoia Pietá, Sanches tratou sobre a vice do ex-prefeito, Fran Corrêa (MDB), que trava disputas judiciais contra a prefeitura em relação aos valores de IPTU de imóveis que possui na cidade.

Lucas Sanches também decidiu resgatar investigações de improbidade administrativa, das quais a gestão de Pietá foi alvo no passado. O ex-prefeito falou que a cidade conhece sua honestidade e que ele nunca sofreu condenação, que é um político ficha limpa, por isso conseguiu participar das eleições de 2016 e 2020 sem nenhum tipo de impedimento.

Esse é um resumo dos ataques que os dois candidatos a prefeito de Guarulhos no segundo turno trocaram durante o debate. Enquanto Lucas Sanches ficou insistindo em temas como “turma do PT”, “condenação” e “não te vejo na cidade”, Elói Pietá bateu na tecla de “ex-chefe de gabinete”, “mentiroso” e “sem experiência”.

O candidato do PL disse que o seu adversário estava agindo daquela forma, com o discurso mais incisivo e cheio de ataques, por orientação da equipe de campanha. Por outro lado, o político do Solidariedade chamou o rival de mal-educado, pois Lucas Sanches teria se recusado a cumprimentar Elói Pietá nos bastidores.

Teve debate de propostas?

No primeiro bloco, o jornalista José Roberto Burnier explicou que eles deveriam falar sobre três temas: construção de hospitais, criação de subprefeituras e implementação de áreas verdes. Entre um ataque e outro, os dois apresentaram algumas ideias sobre esses assuntos, mas parou por aí.

Ao todo, sem levar em conta as considerações finais, cada candidato teve 25 minutos para falar no debate do g1. No entanto, assuntos como Segurança Pública, Trânsito, Mobilidade Urbana, IPTU, Empreendedorismo, Turismo, Lazer e Cultura, foram simplesmente ignorados. Pautas como Educação e Habitação foram abordadas superficialmente.

O tempo, que poderia ter sido usado para tratar de propostas, foi desperdiçado, assim como o tempo de quem parou para acompanhar esse debate.

Se você não assistiu, mas quiser ver como foi, o vídeo está aqui:

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