Moradores do Jardim Zaira, bairro localizado em uma área nobre na região central de Guarulhos, começaram a ouvir barulhos noturnos no prédio sem uso que fica no cruzamento das ruas Conde Francisco Matarazzo com a Dr. Miguel Vieira Ferreira. Abandonado desde 1998, o empreendimento foi construído pela empresa Consmac, controlada pela família do ex-prefeito Néfi Tales, que morreu em 2003. A construção está sob a responsabilidade da prefeitura por causa de disputas judiciais.
Nesta semana, o Guarulhos Todo Dia recebeu relatos de leitores vizinhos ao chamado Edifício Maisa de movimentações diferentes no local desde o último fim de semana. “Por 3 noites seguidas, alguém entrou lá e ficava por volta de meia hora marretando e sumia. Fica a preocupação de que não seja apenas furto, mas preparação para invasão“, diz um morador que tem um apartamento em um prédio ao lado do “elefante branco”.
Na segunda-feira (18), duas pessoas foram vistas entrando lá durante o dia e saindo em um carro branco. Ainda segundo os relatos que recebemos, a GCM (Guarda Civil Metropolitana) foi chamada para averiguar a situação.
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Guarulhos, que enviou, em nota, uma resposta da Secretaria para Assuntos de Segurança Pública. Segundo o órgão, “a GCM de Guarulhos cumpre ordem de serviço permanente para monitoramento do Edifício Maisa, garantindo a segurança do local e o compromisso da Prefeitura de Guarulhos. Os patrulhamentos são diuturnos e com acesso às dependências internas”.
“Além disso, a Central 153 de Atendimento, que funciona 24 horas, recebe eventuais demandas dos cidadãos para averiguar qualquer movimentação suspeita, as quais são atendidas imediatamente. Ou seja, com a ajuda da tecnologia, por meio de câmeras de videomonitoramento, dos patrulhamentos diuturnos e das demandas da Central 153, a GCM de Guarulhos cumpre o protocolo que assegura o compromisso da Prefeitura.”
Nota da Prefeitura de Guarulhos
Situação do Edifício Maisa, em Guarulhos
Em abril, o Guarulhos Todo Dia explicou a situação atual do prédio abandonado. As obras no edifício estão paradas desde 1998, quando Néfi Tales teve as contas bloqueadas pela Justiça. Desde então, as brigas judiciais nunca terminaram. Enquanto isso, em meio à guerra nos tribunais, a Prefeitura de Guarulhos foi definida pela Justiça como “fiel depositária” do imóvel e faz vistorias bimestrais no local para retirar focos de dengue e identificar possíveis problemas.
O empreendimento tem 10 andares, com 40 apartamentos. Na mesma rua do Edifício Maisa, há imóveis vendidos por mais de R$ 1 milhão.
No vídeo feito em abril pelo GTD em parceria com o canal Bueno Drone dá para ver detalhes do elefante branco. A laje com telhas quebradas, os apartamentos sem janelas e pichados internamente, além de todo o desgaste que a construção sofreu nesses últimos 26 anos sem reparos. Confira: