A rua Jamil João Zarif, na região das Malvinas, ficou alagada com a forte chuva que atingiu a cidade nos últimos dias. Cheio, o rio Baquirivu-Guaçu quase cobriu a ponte de pedestres, que é utilizada principalmente por funcionários do Aeroporto Internacional de Guarulhos. Esses funcionários descem no ponto de ônibus da Jamil João Zarif e usam a passarela para acessar os terminais. Com a via alagada e a correnteza forte, alguns se colocam em risco para fazer a travessia.
Vídeos recebidos pelo Radar de Notícias, compartilhados em parceria com o Guarulhos Todo Dia, mostram a grave situação da região. As imagens foram registradas na tarde da quarta-feira (29), dia de chuvas intensas em Guarulhos. Assista abaixo:
Em um dos vídeos, um munícipe se apoia em uma pequena grade para se deslocar ao lado da ponte construída para fazer a ligação até o aeroporto. Essa ponte foi colocada pela Prefeitura de Guarulhos em maio de 2024, depois que a estrutura anterior cedeu também por causa de fortes chuvas na região.
Na ocasião, a gestão do então prefeito Guti havia informado que a ponte que quase caiu já seria desmontada para a construção de uma nova, em meio às obras de macrodrenagem do rio Baquirivu-Açu. No entanto, por causa do problema com a ponte anterior, o poder público havia providenciado uma passarela provisória. Estreita, porém funcional, a estrutura ficou pronta menos de uma semana depois que a ponte que era usada cedeu e precisou ser interditada.
O provisório, porém, já está lá há mais de oito meses e as obras de macrodrenagem do rio Baquirivu-Açu ainda não foram concluídas. Essas obras têm como objetivo justamente reduzir as enchentes na cidade.
Iniciadas no primeiro semestre de 2022, os trabalhos Programa Viva Baquirivu tinham prazo de conclusão estipulados em 30 meses. Portanto, em tese, a entrega deveria ter sido feita em outubro de 2024.
A reportagem do Radar de Notícias questionou a Prefeitura de Guarulhos sobre o andamento das obras, quais providências têm sido tomadas para mitigar os danos ao guarulhense e quais as alternativas sugeridas aos pedestres da Jamil João Zarif que dependem da ponte para se deslocar. Até a publicação desta reportagem, não houve retorno. Este texto será alterado em caso de manifestação do Executivo.
Passarela da Jamil João Zarif interditada provisoriamente pela prefeitura
No fim da tarde desta quinta-feira (30), a Prefeitura de Guarulhos divulgou uma nota informando que “um solapamento na margem do rio Baquirivu, na rua Jamil João Zarif, causou a interdição temporária da ponte de travessia entre a Vila das Malvinas e o aeroporto de Guarulhos”.
Segundo o poder público, não há risco de colapso da ponte. As obras de concretagem foram iniciadas e “devem ser concluídas rapidamente”, diz a gestão Lucas Sanches, sem passar uma previsão para a conclusão dos trabalhos. Enquanto prosseguir a interdição, os pedestres serão orientados a fazer a travessia pela estação Aeroporto da CPTM.
Ponte facilita a vida de quem trabalha no aeroporto
Chama a atenção as imagens das pessoas se arriscando a utilizar a passarela mesmo com o rio cheio e a correnteza forte, mas vale entender a importância dessa ponte de pedestres para a região.
O fechamento da passarela causa transtornos para os funcionários do Aeroporto de Guarulhos e também para passageiros que usam o transfer dos terminais do GRU Airport até a estação Aeroporto-Guarulhos da CPTM, conectada ao Terminal Taboão.
Quem trabalha no aeroporto e mora em regiões como São João, Malvinas, Lavras e Seródio usa diariamente a ligação na Rua Jamil João Zarif. Afinal, bem ali ao lado tem um ponto de ônibus para facilitar o deslocamento e encurtar a distância até o GRU Airport.
Porém, quando a passarela fica interditada, esses funcionários passam a ter como única alternativa dar uma volta até o Terminal Taboão, que fica a cerca de três quilômetros da ponte. Chegando lá, ainda têm que pegar o traslado. O problema é o que o traslado gratuito já fica normalmente cheio, pois é usado por passageiros que chegam de São Paulo via CPTM e por quem trabalha no Aeroporto de Guarulhos, mas mora em outras regiões. Ou seja, um baita transtorno.
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