Imagine isso: num domingo, você decide almoçar com a família no Mercado Municipal de São Paulo, o Mercadão. Depois, a ideia é apresentar o Museu Catavento para as crianças. Vocês pegam o Metrô na Estação Bosque Maia e descem no Anhangabaú. Lá vocês pegam um bonde no centro de São Paulo, que passa pelo Mercadão. Depois do almoço, pegam outro bonde e vão para o Museu Catavento. Terminada a visita, a família volta de bonde e Metrô, até a estação Bosque Maia.
Esse programa divertido, feito totalmente com transporte público, pode ser possível no futuro, segundo projeto da Prefeitura de São Paulo. E, claro, quando ficar pronta a Linha 19-Celeste do Metrô, que vai ligar o Anhangabaú a Guarulhos, com final na estação Bosque Maia. As notícias sobre a linha futura linha Anhangabaú-Bosque Maia do Metrô você acompanha aqui no Guarulhos Todo Dia. Agora, que linhas de bonde são essas, que podem permitir no futuro esse passeio que projetamos para sua família? Ou visitas à Galeria do Rock, à Pinacoteca ou ao Mosteiro de São Paulo? Ou mesmo um simples deslocamento a trabalho de Guarulhos para o Centro de São Paulo, todo feito sobre trilhos?
VLT, o “bonde moderno”
O centro da cidade de São Paulo pode ganhar duas linhas do chamado Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) até 2029. O VLT é a versão moderna dos antigos bondes, que nas primeiras décadas do século passado chegaram a ser o principal meio de transporte para os paulistanos. Como o nome indica, são veículos que operam sobre trilhos, com até três vagões articulados, movidos por eletricidade. Por isso, a infraestrutura necessária é menor (trilhos de superfície) e pode ser instalada em ruas comuns, dividindo espaço com os carros. É considerado um tipo de transporte público de média capacidade, intermediária entre os ônibus e o Metrô.
Se essa informação ainda não ajudou a entender como é um veículo leve sobre trilhos, a imagem que abre este texto mostra o VLT do Rio de Janeiro em circulação. Em Santos também há um sistema de VLT em operação, além de Fortaleza, no Ceará. Fora do Brasil, há VLT implantado em Viena (Áustria), Sevilha (Espanha), Toronto (Canadá), Xangai (China), Hiroshima (Japão) e Sidney (Austrália). Em Guarulhos, existe um projeto de VLT para a futura Linha 14-Ônix, conectando Bonsucesso ao ABC.
VLT, o Bonde de São Paulo
A Prefeitura de São Paulo concluiu um estudo urbanístico para implantação na cidade de um sistema de VLT, batizado como “Bonde de São Paulo”, com capacidade para transportar até 134 mil pessoas por dia. O projeto prevê duas linhas de VLT, que serão interligadas no Largo do Paissandu. No projeto elas são chamadas de linhas vermelha e linha azul, mas devem ser rebatizadas para linha jequitibá e linha sibipiruna, para não gerar confusão com as linhas de Metrô vermelha e azul.
A linha sibipuruna vai passar pelo Bom Retiro e Campos Elíseos até o “Centro velho”, por vias importantes, como as avenidas São João, Duque de Caxias e Casper Líbero e ruas Prates e José Paulino. Essa linha vai funcionar em sentido único e, em Campos Elíseos, servirá a área onde o governo do Estado pretende construir seu novo Centro Administrativo. Além disso, permitirá acesso a atrações como a Sala Júlio Prestes, a Pinacoteca e a Galeria do Rock.
A linha jequitibá será mais extensa e terá trilho duplo, de vai e volta. Além do Largo do Paissandu, onde se conecta com a linha sibipuruna, essa linha segue por vias como avenida Ipiranga, rua da Consolação, rua Maria Paula, avenida Rangel Pestana, parque Dom Pedro 2°, avenida Senador Queiroz, avenida Prestes Maia. E passa perto de atrações como Teatro Municipal, Biblioteca Mário de Andrade, Vale do Anhangabaú, Mercadão e Pátio do Colégio.
A tarifa do VLT será a mesmo dos ônibus de São Paulo (atualmente de R$ 5,00) e haverá integração com o Bilhete Único. Não está definido ainda se o usuário pagará duas passagens se mudar de linha do VLT. A velocidade estimada é de 18 quilômetros por hora. Isso deve permitir que o percurso total de cada linha seja feito em 40 minutos. Como dividirão as ruas com os carros, será instalado um sistema de semáforos com prioridade para o VLT. Os veículos serão equipados com sensores, radares e sistema de geolocalização.
Agora, o projeto deve passar por audiências públicas e a prefeitura paulistana espera fazer a licitação de uma parceria público-privada para executar as obras necessárias e assumir a gestão do novo sistema de transporte público. A previsão atual é de que a licitação aconteça no primeiro trimestre de 2026. Com previsão de três anos de obras, o “Bonde de São Paulo” teria sua primeira parte entregue em 2029.
LEIA TAMBÉM -> Metrô define nesta semana empresa que vai construir Estação Ponte Grande, em Guarulhos
