O prefeito Lucas Sanches encaminhou à Câmara Municipal o Projeto de Lei 178/2025, com a proposta de reajuste de 2% nos salários dos servidores públicos da cidade. O sindicato rejeita esse aumento e inclusive já aprovou uma greve, com início previsto para segunda-feira (12). Em meio ao embate, entra o Legislativo. Na tarde desta quinta-feira (8), os vereadores devem votar –e provavelmente aprovar– os projetos que tratam dos reajustes dos servidores da Prefeitura e da própria Câmara.
A proposta da Prefeitura de Guarulhos é de reajuste salarial de 2%, o mesmo índice que foi concedido em 2024 pelo ex-prefeito Guti, e aumento de 5,48% no valor dos benefícios. O vale-refeição/vale-alimentação passará de R$ 1.160,00 para R$ 1.223,56. Já a quantia do vale-cesta básica, concedido para servidores com remuneração de até R$ 8 mil, vai de R$ 350 para R$ 369,18. O abono será de R$ 255.
O STAP (Sindicato dos Servidores de Guarulhos) defende que o reajuste salarial, não apenas nos benefícios, deve acompanhar a inflação anual –nos últimos 12 meses, até março de 2025, o acumulado do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) indicado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é de 5,48%.
O sindicato ficou surpreso com o fato de prefeitura ter encaminhado o Projeto de Lei antes de encerrar as negociações com a categoria. “Esse projeto é um ataque direto aos nossos direitos. Enquanto a inflação corrói nosso salário, o prefeito tenta fazer média com um reajuste que não cobre nem o básico do custo de vida. É mais um golpe contra quem sustenta os serviços públicos dessa cidade”, diz o STAP.
“Na quinta-feira (8), tem Sessão Extraordinária na Câmara Municipal, a partir das 16h, para votar a proposta de reajuste do prefeito Lucas Sanches, proposta essa que nós não aceitamos. O prefeito mandou o projeto hoje, não teve sessão e não estava na pauta. Mas o presidente da Câmara [Fausto Martello] pediu uma sessão extraordinária na quinta para votar exatamente isso. Isso quer dizer que esses caras não estão acreditando na nossa força, então nós temos que lotar a Câmara Municipal e mostrar que 2% os servidores não aceitam”, convocou Pedro Zanotti Filho, presidente do sindicato.
Já a Prefeitura de Guarulhos diz que a proposta respeita a Lei de Responsabilidade Fiscal e está “dentro dos limites legais de gasto com pessoal, garantindo o equilíbrio das contas públicas e a continuidade dos serviços essenciais para a população”. No ano passado, o STAP tentou reverter na Justiça o reajuste de 2% aprovado pela gestão Guti, mas a decisão final foi favorável à prefeitura.
As sessões da Câmara têm início previsto às 16h e podem ser acompanhadas diretamente no Plenário da Casa, que fica na Avenida Guarulhos, 845, Vila Vicentina, ou pela TV Câmara, com transmissão ao vivo, no canal 7 da NET, ou ainda pelas redes sociais oficiais do Poder Legislativo, Facebook, Youtube e Instagram.