Maior cidade não capital do Brasil e uma das principais economias do país, Guarulhos está muito distante de ter um dos melhores desempenhos no quesito de desenvolvimento socioeconômico. Divulgado nesta quinta-feira (8), o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) indica que o município aparece apenas na 457ª posição no ranking que analisa os 5.550 municípios brasileiros que respondem por 99,96% da população.
Para calcular o IFDM, o estudo leva em consideração indicadores de emprego e renda, saúde e educação em cada município brasileiro. A pontuação varia de 0,000 a 1,000. Segundo o dado mais recente, que leva em conta o ano de 2023, Guarulhos tem IFDM de 0,7738. O melhor indicador da cidade é Emprego & Renda, com 0,9239 ponto, Educação tem média de 0,7412 e Saúde é o pior, com 0,6564.
Guarulhos tem um IFDM considerado moderado, de acordo com a pesquisa. É considerado IFDM crítico aquele município que pontua menos de 0,400. Uma pontuação entre 0,400 e 0,599 é de IFDM baixo. De 0,600 a 0,799 o IFDM é classificado como moderado. Já municípios com 0,800 ou mais entram na categoria de IFDM alto.
Em dez anos, de 2013 a 2023, a cidade até melhorou o índice: passando de 0,6937 para os atuais 0,7738. No entanto, outros municípios tiveram um desempenho muito melhor, tanto que Guarulhos caiu do 378º lugar para o 457º.

A Firjan considera indicadores como mercado de trabalho formal, Produto Interno Bruto (PIB) per capita, diversidade econômica, taxa de pobreza, educação integral, abandono escolar, educação infantil, formação docente, gravidez na adolescência, óbitos infantis, cobertura vacinal, internações sensíveis à atenção básica e ao saneamento inadequado, entre outros.
Guarulhos se manteve com bom índice de Emprego & Renda nos últimos anos e teve uma evolução na Educação, mas a Saúde…

Desempenho das cidades brasileiras
Os dez municípios com os maiores IFDM ficam em São Paulo ou no Paraná. A lista é liderada por Águas de São Pedro (0,8932), município paulista que tem economia voltada para o turismo. Veja o ranking das 10+:
- Águas de São Pedro (SP) – 0,8932
- São Caetano do Sul (SP) – 0,8882
- Curitiba (PR) – 0,8855
- Maringá (PR) – 0,8814
- Americana (SP) – 0,8813
- Toledo (PR) – 0,8763
- Marechal Cândido Rondon (PR) – 0,8751
- São José do Rio Preto (SP) – 0,8750
- Francisco Beltrão (PR) – 0,8742
- Indaiatuba (SP) – 0,8723
Além de Curitiba, as capitais com melhores índices são São Paulo (0,8271), Vitória (0,8200), Campo Grande (0,8101) e Belo Horizonte (0,8063). Considerando cidades paulistas grandes como Guarulhos, Campinas tem IFDM de 0,8529 e está em 35º lugar no ranking nacional, Santo André (0,8485) aparece em 47º e Osasco (0,7848) em 361º.
Na outra ponta, conforme reportagem da Agência Brasil, os dez municípios com piores índices ficam no Norte e Nordeste. A última colocação ficou com Ipixuna (AM), com 0,1485, seguido por Jenipapo dos Vieiras (MA), com 0,1583; Uiramutã (RR), com 0,1621; Jutaí (AM), com 0,1802; Santa Rosa do Purus (AC), com 0,1806; Oeiras do Pará (PA), com 0,2143; Fernando Falcão (MA), com 0,2161; Limoeiro do Ajuru (PA), com 0,2420; Melgaço (PA), com 0,2429; e Curralinho (PA), com 0,2431.
As cinco capitais com piores IFDM são Macapá (0,5662), Boa Vista (0,6319), Belém (0,6390), Salvador (0,6442) e Manaus (0,6555).
“É inadmissível que ainda hoje, apesar da melhoria nos últimos anos, a gente tenha um Brasil tão desigual. Através do IFDM conseguimos chamar a atenção para a situação crítica de muitas cidades, que nem sequer tem quantidade razoável de médicos para atender a população, em que a diversidade econômica é tão baixa que sete em cada dez empregos formais são na administração pública. Nossos cálculos indicam que as cidades críticas têm, em média, mais de duas décadas de atraso em relação as mais desenvolvidas do país. É como se parte dos brasileiros ainda estivesse vivendo no século passado”.
Luiz Césio Caetano, presidente da Firjan
Entre as capitais, apenas Florianópolis teve piora no IFDM, de 2013 para 2023. Fortaleza e Maceió tiveram os principais avanços no indicador, nesse período.
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