O Metrô adiou o processo de licitação referente à execução das obras civis e implantação de sistemas para os três lotes da Linha 19-Celeste. Inicialmente agendadas para acontecer nos dias 4, 5 e 6 de junho, as sessões foram reprogramadas para 4, 5 e 6 de julho de 2025, às 10h. As demais condições do processo licitatório permanecem inalteradas. O aviso de retificação foi publicado no site da Companhia do Metropolitano de São Paulo na última quinta-feira (15).
O processo licitatório foi aberto pelo Metrô em março para a contratação das empresas responsáveis pelas obras civis e elaboração do projeto executivo da Linha 19-Celeste, que conectará o Bosque Maia, em Guarulhos, ao Anhangabaú, na capital paulista. O projeto total prevê 15 estações, 17,6 km de vias e um pátio de manutenção.
A licitação foi dividida em três lotes. O Lote 1 compreende o trecho de Guarulhos, incluindo um Poço de Ventilação e Saída de Emergência (VSE), além das estações Bosque Maia, Guarulhos (centro), Vila Augusta, Dutra e Itapegica. A empresa ou consórcio contratado para este lote deverá executar as obras civis, que envolvem a elaboração do projeto executivo, obra bruta, arquitetura, via permanente, e o fornecimento e implantação dos sistemas de alimentação elétrica e auxiliares.

O Lote 2 abrange as estações Jardim Julieta, Jardim Brasil (identificada também como Vila Sabrina), Jardim Japão (também Cerejeiras), Curuçá (também Santo Eduardo) e Vila Maria, além de um pátio de manutenção e VSE. Já o Lote 3 inclui as obras de Catumbi, Silva Teles, Pari (também Cerealista), São Bento e Anhangabaú.
Prazos atuais para a construção da Linha 19-Celeste do Metrô
Pequenos atrasos nessas licitações enormes podem virar uma bola de neve. Recursos administrativos e ações na Justiça chegam a ser comuns e aumentam o risco de atrasar o cronograma inteiro. Recentemente, o processo de licitação para a construção da estação Ponte Grande, do projeto de expansão da Linha 2-Verde até Guarulhos, sofreu um atraso de cerca de 45 dias por causa de um recurso que foi negado pelo Metrô.
Após a realização dos leilões, há um período crucial de habilitação e análise de recursos. As empresas vencedoras precisam comprovar capacidade técnica para executar o serviço, enquanto as derrotadas podem contestar o resultado.
Superada essa etapa, o leilão é homologado e os contratos podem ser assinados. A meta do governo de São Paulo é assinar os contratos e iniciar a elaboração dos projetos executivos até o fim de 2025. A previsão é que o projeto executivo seja concluído em 2026.
O início das obras civis está previsto para 2026. A partir do início da construção, os trabalhos devem ser concluídos em até 75 meses, o que corresponde a pouco mais de seis anos. Considerando este prazo, a projeção do Metrô indica que a Linha 19-Celeste deverá ficar pronta entre 2032 e 2033. No entanto, vale ressaltar que obras complexas como esta raramente são finalizadas dentro do prazo inicial. O contrato a ser assinado com os vencedores da licitação terá vigência de 85 meses, cerca de sete anos.
Orçamento e estrutura
O orçamento estimado para a implantação completa da Linha 19-Celeste é de R$ 19,5 bilhões. Este investimento abrangerá as obras civis, sistemas, fornecimento de trens, sistemas de controle, e as desapropriações necessárias.
A responsabilidade pela obtenção das licenças ambientais e pela liberação das áreas para as obras – o que inclui o processo de desapropriação – cabe ao Metrô. O processo de desapropriação já avançou, com a escolha da empresa CTA Consultoria Técnica e Assessoria LTDA para realizar o serviço técnico de cadastro, avaliação de imóveis, análise fundiária e montagem dos processos administrativos.
Este processo de desapropriação pode impactar residências e empreendimentos comerciais em Guarulhos, como o Poli Shopping, McDonald’s, Posto Shell e Banco Santander em áreas específicas. Os prazos detalhados para a desapropriação, no entanto, só serão mais claros após a conclusão do projeto executivo.

Além das 15 estações, o projeto contempla a construção de 18 poços de saída de emergência e ventilação (VSE), e a readequação das estações São Bento (Linha 1-Azul) e Anhangabaú (Linha 3-Vermelha) para conexão com a nova linha. O futuro contrato também inclui a implantação de sistemas de Baixa Tensão e auxiliares, como painéis elétricos, escadas rolantes, elevadores, ventilação, detecção de incêndio e iluminação.
A futura Linha 19 terá 31 trens capazes de transportar 630 mil passageiros por dia, com potencial de reduzir o tempo de trajeto em até uma hora. Além das conexões já planejadas com as linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha, há a possibilidade de futuras integrações com linhas de trem. O projeto básico da Linha 19-Celeste foi concluído pelo Metrô em 2024.