Um tiroteio causou pânico entre passageiros no Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos na tarde desta sexta-feira (8). De acordo com informações da Polícia Civil, o empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, que havia feito um acordo de delação premiada com a Justiça e chegou a ser jurado de morte pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), foi morto. Outras três pessoas foram baleadas. As vítimas foram socorridas a hospitais da região. Ainda não há notícias sobre prisões dos envolvidos.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo comunicou que “o DHPP e a DEATUR investigam as circunstâncias do homicídio ocorrido na tarde desta sexta-feira (8), no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Mais informações serão divulgadas ao término do registro da ocorrência”.
Por causa da ocorrência no Aeroporto de Guarulhos, viaturas da Polícia Militar foram vistas na rodovia Hélio Smidt, perto do terminal, fazendo buscas pelos criminosos. A PM encontrou um Gol preto abandonado perto da avenida Otávio Braga de Mesquita, no bairro da Vila Barros, em Guarulhos, poucos minutos depois do tiroteio. O carro teria sido usado pelos atiradores.
“Para gente ter uma ideia da cronologia, algumas pessoas avistaram um gol preto efetuando esses disparos contra o empresário. A informação que nos passaram é que seriam cinco pessoas nesse veículo, que desembarcaram e efetuaram esses disparos utilizando fuzil e metralhadora. Depois, nesse local próximo da avenida Otávio Braga de Mesquita, eles abandonaram esse veículo e o pessoal do Batalhão de Choque encontrou o veículo. Dentro do veículo, tinha um colete à prova de balas e algumas munições de fuzil”.
Capitão Simões, da Polícia Militar, em entrevista ao Brasil Urgente, da Band
Em entrevista à Band, a investigadora Ivalda Aleixo, diretora do DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa), classificou a ação criminosa como uma “audácia” do crime organizada e afirmou que toda a Divisão de Homicídios está empenhada em solucionar o caso.
O Guarulhos Todo Dia entrou em contato com a GRU Airport, que disse apenas o seguinte: “A concessionária informa que a Polícia foi prontamente acionada, assim como a equipe médica do aeroporto”. A saída do desembarque do Terminal 2 ficou interditada para o trabalho de perícia da Polícia Civil, mas os voos e a operação do aeroporto não foram afetados.
Quem era Vinicius Gritzbach
Gritzbach tinha 38 anos de idade e havia desembarcado no Aeroporto de Guarulhos com a namorada. Apesar de estar protegido por dois seguranças, não escapou do atentado.
O empresário chegou a permanecer um período preso, mas estava em liberdade condicional desde junho de 2023. Ele era acusado de ser o responsável pela morte de dois narcotraficantes do alto escalão do PCC: Anselmo Bechelli Santa Fausta, o Cara Preta, e Antônio Corona Neto, o Sem Sangue. Na denúncia, o Ministério Público de São Paulo diz que o empresário mantinha negócios na área de bitcoins e criptomoedas.
O telejornal Brasil Urgente, da Band, confirmou o nome da vítima e a motivação do crime. Assista ao vídeo abaixo:
Antônio Vinícius Lopes Gritzbach era ex-diretor da Porte Engenharia. Em uma delação premiada, homologada pela Justiça em abril deste ano, o empresário morto no Aeroporto de Guarulhos afirmou ter ciência de ao menos dez imóveis vendidos pela Porte para membros do PCC. Ele confessou que participou de esquemas de lavagem de dinheiro da organização criminosa, mas sempre negou ser mandante da morte de Cara Preta e Sem Sangue.
O empresário chegou a entregar quatro documentos, de empreendimentos da empresa na zona leste, ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo (MPSP). Na delação, Grizbach ainda afirma ter conhecido membros da facção criminosa na Porte, por meio de um corretor de imóveis.
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